O espetáculo evoca a ancestralidade e a prosa poética de Mia Couto, construindo uma ponte entre África, Brasil e o universo íntimo do ator. Em cena, o multiartista paraibano André Morais explora a dramaturgia cênica unida à linguagem musical, acompanhado do músico Viktor Makeba, responsável pela sonoridade percussiva ao vivo e pela direção musical. André Morais é músico, cineasta e ator. Com mais de 20 anos de trajetória artística dedicados ao teatro, a música e ao cinema, já atuou e se apresentou por palcos de mais de 60 cidades do país. Também cantou e gravou com nomes como Ney Matogrosso e Elza Soares. Além de uma forte história por trás das câmeras, como diretor e roteirista de dois longas-metragens.
“Para mim é uma grande alegria voltar à Casa da Ribeira, após mais de 15 anos, que foi o local no qual apresentei o meu primeiro espetáculo. E, agora, retornar com este espetáculo novo que ‘bebe’ muito fortemente da poesia, da ancestralidade, é uma satisfação enorme. Já passamos por algumas capitais do Nordeste com a turnê e, chegar em Natal, é mais um ponto para interligar essa nossa arte com a região, com os artistas nordestinos e quero estreitar meus laços com Natal. É uma alegria imensa ser recebido pela Casa da Ribeira, que é um espaço criado por artistas e que traz aconchego. Sinto que é um dos palcos sagrados de Natal e espero levar muita poesia e música para este palco”, comenta André Morais.
Em Circulação pelo nordeste, a peça passa pelas cidades de Fortaleza e Juazeiro do Norte–CE, Recife-PE, Natal-RN e Sousa-PB, com a realização do Ministério da Cultura, Governo Federal, através da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio cultural do Banco do Nordeste. O Banco do Nordeste vem ampliando sua atuação na área da cultura, por meio da sua estratégia de atuação, que também leva a sua marca para a cultura, denominada Banco do Nordeste Cultural. “São ações interligadas às cadeias produtivas da cultura, relacionadas ao apoio à formação, produção, difusão e, principalmente, circulação dos artistas e grupos da sua área de atuação, o Nordeste Expandido (os nove estados do Nordeste, mais o norte de Minas e o norte do Espírito Santo)”, esclarece Murilo Albuquerque Custodio, gerente da célula Gestão de Cultura do BNB.
Murilo ainda acrescenta. “A Casa da Ribeira é um dos principais espaços independentes da arte nordestina. Sua formulação e atuação devem ser louvadas por quem trabalha com políticas de cultura no Brasil, visto que espaços como esse proporcionam liberdade de atuação e possibilidades de circulação da produção, além de possibilitar formação ao público local e artistas. Funciona meio como um centro de energias que atrai forças para a elaboração de pensamentos evoluídos sobre a atuação independente da arte e da cultura local. São espaços como a Casa da Ribeira que merecem a atenção das políticas culturais, sejam elas públicas ou privadas, para sua manutenção e fortalecimento da atuação”.
Em Memórias de Terra e Água, Morais está em cena, atuando e cantando. A dramaturgia, escrita pelo artista a partir dos livros de contos de Mia Couto, tem uma ligação emocional com a memória de seu pai, homem de ascendência africana, morto há 8 anos. Essas histórias formam a ideia de uma única jornada, a do ser humano frente ao mistério de estar vivo. Sob a direção cênica da atriz e educadora Lúcia Serpa, compartilhada com o próprio ator, buscam construir um diálogo forte entre poesia, música e plateia, numa atmosfera que bebe no fantástico coexistindo com a tradição e a ligação com a natureza.
Ficha Técnica:
Interpretação e Dramaturgia: André Morais / Direção Musical: Victor Makeba/ Direção Cênica: Lúcia Serpa e André Morais / Iluminação: Fabiano Diniz / Figurino: Suzy Torres / Cenário: André Morais / Produção Executiva: Nina Rosa e Metilde Alves / Realização: Luz e Mistério Produções Artísticas.
📌Lembre-se: higienize as mãos sempre que necessário com água e sabão ou álcool em gel
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