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Esse é um cenário que deve ser mantido até meados de 2023, quando a alta de preços no Brasil deve voltar a superar o índice dos EUA, segundo projeções de analistas econômicos. O IPCA (índice de preços ao consumidor) registrou alta de 7,17% nos últimos 12 meses, enquanto o CPI americano (consumer price index) subiu 8,2% no mesmo período.
A inflação de alimentos ainda é um pouco maior no Brasil (11,7%) do que nos EUA (11,2%). Os preços dos serviços acumulam alta de 8,5% aqui e 6,7% para os americanos. Enquanto gasolina e energia elétrica subiram quase 20% nos EUA, houve deflação na mesma magnitude no Brasil em 12 meses.
As projeções de inflação do mercado para 2022 estão próximas de 5,5% para o IPCA e de 7% para o CPI americano. Para 2023, a perspectiva é que o índice dos EUA registre alta menor (3,5%) do que o brasileiro (5%). Além das desonerações, algumas delas com data para acabar, outra explicação para a diferença está na política monetária.
A taxa básica de juros no Brasil (Selic) começou a subir em março de 2021, está atualmente em 13,75% ao ano e deve permanecer assim até meados do próximo ano, apesar da queda esperada da inflação nos próximos meses. Isso representa um juro real (diferença entre as projeções para a Selic e a inflação) superior a 8% ao ano. Nos EUA, a taxa começou a subir um ano depois e passou de 0,50% para 3,25%. Ou seja, os juros reais ainda estão negativos.
“A política monetária está funcionando aqui no Brasil como o esperado. Se o BC começou a subir os juros um ano antes do Fed [BC dos EUA], seria de esperar que a inflação brasileira também desacelerasse mais cedo do que a americana. Como nem sempre isso foi verdade, podemos considerar esse também um ponto de comemoração pelo resultado do IPCA no acumulado em 12 meses”, afirma Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa de Investimentos.
Lembre-se: higienize as mãos sempre que necessário com água e sabão ou álcool em gel.
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