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O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), que tem atuado de perto na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao teto de votos e que o chefe do Executivo vai virar e vencer o segundo turno das eleições, no dia 30.
Crítico da atuação dos institutos de pesquisa, Faria, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que seu prognóstico se fundamenta em pesquisas internas, no peso do apoio dos governadores eleitos, especialmente em colégios eleitorais importantes, como Minas Gerais, e na decisão de deputados eleitos no Nordeste, que fizeram o primeiro turno com Lula e, agora, já teriam franqueado apoio a Bolsonaro.
Segundo ele, para sobreviver eleitoralmente no Nordeste, onde o petista venceu nos nove Estados, muitos deputados fizeram campanha com o ex-presidente. Agora, porém, encerrado o primeiro turno, já estariam em campanha para a reeleição do presidente.
“A cola desses deputados para sobreviver era com Lula”, disse Faria. “Se eles colocassem na colinha o nome de Bolsonaro no primeiro turno, eles perdiam voto. E esses deputados que já estão eleitos foram ao Planalto, tiveram com o presidente e disseram: ‘Agora, no segundo turno, é só o presidente. Nossa base vai votar no presidente.’”
Segundo Faria, Bolsonaro vai ter 300 deputados que não trabalharam para ele e que, agora, vão trabalhar. “Hoje vejo perspectiva total de vitória de Bolsonaro”, disse o ministro das Comunicações.
Para Faria, os apoios de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) não representam aumento de eleitores para Lula, que já chegou ao limite de votos e não tem mais como crescer. Pesquisas internas, segundo o ministro, mostram a estagnação. “O voto da Simone Tebet que ia para o Lula a gente já mediu e foi no primeiro turno”, observou. “Nas nossas pesquisas, Lula não teve aumento de votos. A gente acredita que ele chegou no teto. Ele recebeu todos os votos possíveis de Ciro Gomes e Simone. Ele perde em São Paulo, perde em Minas.”
Já Bolsonaro, disse o ministro, “vai converter votos até pela rejeição, que já diminuiu muito”. Como a disputa foi levada ao segundo turno e não vencida por Lula no primeiro turno, possibilidade indicada nas pesquisas eleitorais de véspera, o mercado cresceu 5,5% na segunda-feira 3, lembrou Faria. “A política sabe ler”, afirmou Faria. “Quem tem leitura política vê que um Congresso conservador assumiu o Senado e a Câmara. Bolsonaro teve um pouco menos votos que esse Congresso. Tem tudo para chegar a esse patamar. A leitura do mercado é: Se Lula for eleito nesse Congresso, o Brasil não vai se entender.”
O ministro disse que é possível reverter a diferença de 5 pontos. “Se o resultado fosse acima de 8, eu achava difícil a virada”. Porém, nesse cenário, com o apoio de Romeu Zema (Novo), reeleito em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral, e a vantagem de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o ministro demonstrou otimismo. “Quando veio esse cenário de cinco pontos, a gente sabe fazer conta”, disse. “Os grandes apoios estão do lado do presidente.”
O ministro das Comunicações também comentou as pesquisas eleitorais e explicou por que recomendou que as pessoas não respondessem aos institutos, que erraram no primeiro turno. Na véspera, as principais pesquisas indicavam diferença de 14 pontos entre Lula e Bolsonaro. As urnas, mostraram 5 pontos porcentuais.
Algumas semanas antes da votação, enquanto pesquisas internas mostravam diferença de 3 pontos entre os candidatos, alguns institutos chegaram a indicar 17 pontos de diferença, disse Faria. “No outro dia começou uma campanha de voto útil, coincidentemente. E isso funcionou para o Lula. Uma boa parte da população vota em quem vai ganhar. Vai induzir voto, vai interferir no regime democrático, a gente tem que reagir. Tem uma parcela do bolsonarismo que não responde pesquisa. Vão sempre errar, eu pedindo ou não”, disse ao Estadão.
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