Imagem: reprodução |
A cirurgia para o parto de Mireli Aparecida Servino Gil ocorreu em junho de 2020, mas a causa das dores que ela sofria desde então, e que se agravaram nos últimos quatro meses, foram descobertas apenas em abril deste ano, quando a cirurgia para remoção foi realizada, segundo ela e seu marido, o açougueiro Uilson Aparecido de Souza, de 42 anos.
"Eu fui para a mesa de cirurgia sem saber o que estava acontecendo comigo e eram as compressas que a médica esqueceu lá dentro de mim na cesárea. E não era uma, foram duas. Eu escutei da médica que fez minha cirurgia que foram duas compressas dentro da barriga", relata Mireli.
A cirurgia para a remoção foi realizada há três semanas, às pressas, após a manicure realizar um ultrassom.
"Fez a cirurgia no dia 13, às 14h, saiu do centro cirúrgico mais de 21h. Os quatro médicos me chamaram e falaram que foram achadas duas compressas dentro dela, que enrolou o intestino com o útero e fez duas alças. É por isso que quando ela comia ela vomitava, porque não passava e começava a atacar o estômago dela", relata Uilson.
Mireli não conseguia mais comer e perdeu dez quilos. "A gente levava ela no posto de saúde, era soro, o médico dava remédio, tomava e vinha embora. Durava pouco o efeito, remédio de novo. E assim foi durante dois, três meses", conta o marido. Por causa da situação, o casal teve um grande aumento nos gastos e Uilson acabou perdendo o emprego.
"A gente teve gastos de mais de R$ 6 mil, R$ 7 mil em quatro meses, com combustível do carro, remédio para ela. Perdemos a fonte de renda. A gente morava de aluguel, tivemos que sair de casa, porque não tinha mais como pagar. Ela veio morar aqui, eu lá com meus pais. Abriu uma brecha na família porque eu não posso mais todo dia vir aqui, porque eu tenho que procurar outra coisa para trabalhar", detalha.
O boletim de ocorrência na Polícia Civil foi registrado apenas nessa segunda-feira (2) porque Mireli está debilitada e com dificuldades para se locomover por causa da cirurgia.
"Tem dia que a gente não dorme. Ela não dorme, ela só chora, ela não se alimenta. Então, a gente espera que o hospital venha e pague o que eles fizeram para a nossa família. Eles acabaram", lamenta Uilson.
"A minha vida foi privada porque eu não posso mais carregar a minha filha, eu não posso mais trabalhar de manicure, porque eu não aguento mais, a minha autoestima acabou [...] Eu quero Justiça. Eu não quero que aconteça com outras mães", diz Mireli.
O que diz o hospital
O Hospital dos Fornecedores de Cana informou que está aguardando análises fundamentais para qualquer responsabilização ou conclusão sobre o caso. A unidade disse ainda que segue um protocolo de cirurgia segura e acionou a comissão de ética médica e de enfermagem do hospital para ajudar na condução dos fatos.
O hospital garante que mantém contato direto com a paciente e que está dando todo o suporte a ela enquanto a apuração acontece.
📌Lembre-se: higienize as mãos sempre que necessário com água e sabão ou álcool em gel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário