Foto: Erick Guerra, O Caçador
Ainda não chegamos ao fim do segundo mês de 2017, e a tendência manifesta é a de crescimento galopante na violência e Insegurança Pública, em virtude das ações das Facções Criminosas e da fraqueza do Estado.
Já são 17 agências bancárias explodidas esse ano, a maioria no interior, em ações das quais participam dezenas de bandidos pesadamente armados, com táticas militares e tomando a cidade inteira de assalto. Os pelotões de criminosos se dividem em grupos com atividades diferentes no decorrer da incursão, inclusive atacando Delegacias e Bases de Polícia, ao mesmo tempo que vigiam os acessos da cidade, distribuem grampos metálicos nas estradas por onde pode chegar reforço policial e invadem as agências bancárias. Saques em lojas e furtos de veículos também podem acontecer nessa sincronia, em ações que chegam a durar uma hora.
A situação toda é muito traumatizante para a população, pois o intenso tiroteio com armas automáticas e o troar das explosões acorda a todos, levando a um pânico absoluto.
Desnecessário dizer como também é muito desmoralizante para as Forças de Segurança, tanto pelo fato em si, como pelo descrédito com que passam a ser consideradas pela população, em seguida. Por exemplo, em certa cidade do interior, viralizou um áudio passado em grupos Zap locais, de um Policial evidentemente morto de medo, orientando outros policiais a se esconder e não reagir de forma alguma, enquanto a cidade era dominada por bandidos. Jocosamente, tal áudio tornou-se uma espécie de alívio cômico nos dias seguintes, sendo repassado a torto e a direito. Evidentemente, isso não contribuiu para a sensação de segurança, nem para a credibilidade da Força Pública.
As rebeliões prisionais, aparentemente, estão sob controle no momento, graças ao empenho dos Agentes Penitenciários Estaduais. Na vitrine desse trabalho tem sido divulgada a atuação de Fuzileiros Navais revistando os presídios - parte mais fácil do serviço - depois que o GOE/SEJUC retira todos os presos dos pavilhões, os isolam e garantem a Segurança dos Navais ( que acabam levando a fama de ter feito TODO o trabalho). Coisas da nossa Segurança Pública, como já sabemos...
O fato é que o Sistema Prisional continua o mesmo escombro e a Guerra entre as Facções Criminosas prossegue, deixando óbvio que a Crise Prisional continua a mesma, a despeito de tudo.
Os índices de homicídio explodiram, com um aumento de mais de 40% em Janeiro, e subindo. Na Cidade de Ceará-Mirim, situada na Grande Natal, chacinas decorrentes da Guerra das Facções já deram cabo de dezenas de vidas esse ano ( com o recorde de 15 assassinatos em pouco mais de 24 horas, no mês de fevereiro). A ousadia dos vagabundos chegou ao ponto de iniciarem abertamente uma caçada aos agentes da Lei e da Ordem, tendo como saldo, apenas na Grande Natal, de dezenas de armas tomadas de assalto a Policiais e vigilantes, mais os assassinatos de um PM e um Guarda Municipal da Capital.
Como de praxe, enquanto a Sociedade e a Polícia são atacadas pelos marginais, certos setores da imprensa e pensadores pró-bandidos ventilam a idéia de que a mortandade é obra de Policiais - como se os fuzis, pistolas, etc, do PCC e do SDCRN fossem apenas adereços de fantasia para brincar o carnaval... Parece que já esqueceram que esses psicopatas prometeram se exterminar mutuamente e mostraram a forma do apetite com esquartejamentos e churrascos de carne humana, em Alcaçuz!
A consequência disso tudo numa Polícia com salários baixos e atrasados, sucateada e com efetivo muito abaixo do necessário é desastrosa: aponta para a necessidade de sobrevivência através de recuos! Isso, justamente na hora em que atacar para retomar o controle DEVERIA ser a prioridade número zero do Estado Democrático de Direito...
Por falar em efetivo de Segurança Pública ridiculamente insuficiente... Cadê os concursos públicos urgentemente necessários para admissão de Policiais Civis e Militares, bem como de Agentes Penitenciários? Essa protelação para a realização dos certames só faz piorar a situação, pois o tempo urge! O Governo do Estado não pode continuar empurrando isso com a barriga, enquanto louva a atuação das Forças Federais - os paliativos temporários mais caros da Segurança Pública Nacional!
No que o Governo, autoridades e Sociedade titubeiam em confusão, o Estado Paralelo do Crime mostra que agora partiu de vez para derrotar o Estado, mesmo enquanto sustenta uma guerra intestina. É muita força dessa Escória! É muita fraqueza desse Estado!
Erick Guerra, O Caçador
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