01 fevereiro 2017

Na Lava-jato Não há honra entre ladrões

Foto: Imagem ilustrativa

Gostaria, mais uma vez, de me reportar ao nosso tempo de moleque. 
Já fiz isto antes quando relembrei aquela nossa velha locução do passado quando dizíamos: “quem mente rouba”.
Naquela época, quando ainda dávamos nossos primeiros passos na direção da moral e dos bons costumes, doutrinados através de aulas de Educação, Moral e Civismo, além de positivamente influenciados pelas lições de catecismo, nossa molecada abominava traidores. 
Lembro-me muito bem de que, na escola ou na rua, por mais que sofrêssemos represálias coletivas, ninguém tinha coragem de contar quem praticara alguma irregularidade. 
Todos nós tínhamos uma frase pronta:
– Ninguém aqui é Judas!
Judas Iscariotes para nós, moleques cristãos, era o protótipo da delação, pois havia traído Jesus Cristo, o ser mais divino que pisou na face da terra.
Aqueles moleques cresceram e, hoje, envelheceram e chegaram aos conturbados dias atuais deste massacrado país chamado Brasil, com o Ministério Público Federal fazendo um brilhante e profilático trabalho, colocando na cadeia um bando de políticos e empresários desonestos.
Eis que surgiu na legislação brasileira um benefício legal aos criminosos que, porventura, queiram tirar o seu da reta: delação premiada.
Vou repetir: “quem mente, rouba”. 
Sobejamente, sabemos do péssimo caráter de quem mente e rouba. 
Mau-caratismo agora aflorado com a “delação premiada” que, diga-se de passagem, está acelerando os processos e colocando muito ladrão na cadeia. 
Já podemos chamar aqueles que aderiram à delação premiada de mentirosos, ladrões e traidores?
Jamais houve honra entre ladrões!

Texto Do Bar De Ferreirinha 


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