Em entrevista, o jornal O Estado de S. Paulo fez quatro perguntas para o secretário nacional de Formação do PT, Carlos Árabe, a respeito da crise que o partido enfrenta em 2016
As disputas internas em meio à crise podem levar a um racha no PT?
Se o congresso nacional do PT não sair e a maioria impedir sua realização vamos ter que olhar os filiados do PT que estão interessados em uma mudança radical no partido, ver as forças que acumulamos e pensar no que vamos fazer.
O que as correntes petistas da esquerda devem fazer caso a maioria barre a realização do congresso?
Se a maioria não quiser vamos chamar um encontro nacional informal para ver qual o rumo que devemos tomar. Chegou ao limite a nossa cota de martírio.
Qual o rumo que o senhor defende para o PT?
É evidente que o PT está vivendo uma enorme crise. Estamos sendo impedidos de chegar às prefeituras porque levamos o rótulo de corruptos. Assim não tem como fazer política. A maioria esmagadora dos petistas não fez nada nem aprovou nada do que está sendo investigado. Por isso precisamos fazer uma autocrítica. E o mesmo não acontece com outros partidos que têm gente envolvida na Lava Jato. A corrupção é uma cortina de fumaça para excluir o PT. Existe uma seletividade.
Como o senhor acha que deveria ser feita essa autocrítica?
De quem é a responsabilidade pelo que aconteceu no PT nesse último período? A autocrítica tem que começar por quem fez algo. Não vou fazer autocrítica de algo que não fiz. Sou da direção nacional há décadas e nunca aprovei nada disso. Foi tudo feito à revelia de milhares de filiados. A direção tem que provar que não houve nada errado ou pôr para fora quem fez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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