Com base na delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira que o Supremo Tribunal Federal (STF) inclua novas linhas de investigações em inquéritos - já abertos - envolvendo os principais nomes da cúpula do PMDB. São alvos desses requerimentos o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e os senadores Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA) e Valdir Raupp (RO).
Os integrantes do PMDB foram citados na delação do ex-líder do governo Dilma por supostamente participar de um esquema de propina na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, além de desvios no Ministério de Minas e Energia. Um desses aditamentos solicitados por Janot foi no inquérito chamado de "quadrilhão", que investiga dezenas de parlamentares e operadores implicados no esquema de corrupção apurado pela Operação Lava Jato.
As novas investigações precisam ser autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos que envolvem a Operação Lava Jato no Supremo.
Na delação, Delcídio apontou aos investigadores que um esquema de desvio de dinheiro nas obras de Belo Monte teria gerado propina de ao menos 30 milhões de reais para abastecer os caixas do PMDB e do PT. No caso petista, o dinheiro teria ido para a campanha de Dilma Rousseff, enquanto no caso do PMDB teria sido direcionado para o "grupo de José Sarney", que incluía a cúpula do partido no Senado. Renan Calheiros já é alvo de nove inquéritos na Lava Jato.
A assessoria de Renan afirmou que ele está à disposição para quaisquer esclarecimentos. "É zero a chance das investigações apontarem qualquer impropriedade do senador", disse o presidente do Senado. O advogado de Lobão, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou não ter visto nenhuma acusação contra o senador que justificasse qualquer investigação. "Na verdade, estamos vendo a criminalização da política e as delações se tornando a única forma de investigação." Procurados, Jucá e Raupp não retornaram.
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