Pressionada pelas acusações de corrupção da Operação Lava Jato e por dívidas da ordem de R$ 90 bilhões, a Odebrecht colocou à venda um pacote de empresas na tentativa de levantar R$ 12 bilhões ao longo do ano.
“Com o aperto monetário, a contração de crédito e a Lava Jato, iniciamos um programa de alienação de ativos, afirma Newton de Souza, presidente do grupo Odebrecht.
“Achamos que esse valor nos dará tranquilidade para atravessar o furacão.”
O executivo assumiu o posto em junho do ano passado depois da detenção de Marcelo Odebrecht, que foi condenado a mais de 19 anos de prisão por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Souza não quis falar sobre a Operação Lava Jato nem sobre as tentativas de acordo para que a companhia e seus principais executivos colaborem com as investigações.
Reconhece, no entanto, que a situação dificulta as atividades da companhia, que já demitiu 70 mil pessoas. Ele diz que os acordos de delação [dos executivos] e de leniência [das empresas] podem ajudar a “criar as bases para iniciar o um novo ciclo” e assim levar a vida adiante.
“Da mesma maneira que a gente superou crises anteriores, estamos abertos aos aprendizados desta. Com certeza vai dar para virar a página”, afirmou o executivo.
Apesar das dificuldades, o próximo balanço vai mostrar que o faturamento cresceu de R$ 107 bilhões em 2014 para R$ 132 bilhões em 2015. Boa parte do resultado se deve à desvalorização do real, já que 61% da receita do grupo vem das atividades no exterior.
FOLHA
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