A presidente Dilma Rousseff promoverá nesta quinta-feira o quarto ato político seguido contra o impeachment nas dependências do Palácio do Planalto. Ela receberá em Brasília um grupo de artistas e intelectuais. Nas últimas três semanas, Dilma transformou a sede da Presidência da República em uma espécie de bunker petista: abriu as portas a dezenas de militantes de movimentos sociais, estudantis e sindicais umbilicalmente ligados ao partido. São os mesmos que integram os coletivos de esquerda Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo e promovem manifestações nas ruas em prol de Dilma, dissimuladas pela veste de "defesa da Democracia". Eles estiveram presentes como convidados nos três primeiros atos de março no palácio presidencial e interromperam as cerimônias, aos gritos, com o mantra "Não vai ter golpe". Nesses eventos, confundem-se o palanque político e a cerimônia oficial. Dilma cede a estrutura e os meios de comunicação da Presidência para difundir não informações do governo, mas argumentos e opiniões dos defensores de seu mandato, além de ataques ao juiz Sérgio Moro e à Operação Lava Jato. Eles se revezam ao microfone no púlpito com o Brasão da República. Há transmissão ao vivo na TV pela NBR e ampla cobertura do Blog do Planalto e perfis do governo federal nas redes sociais. O primeiro ato foi a posse (suspensa pelo Supremo Tribunal Federal) do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, no dia 17 de março. O segundo, a manifestação de advogados de esquerda, professores de direito e magistrados chapa-branca, batizados de juristas pelo marketing governista, no último dia 22. O terceiro, o lançamento da nova fase do Minha Casa, Minha Vida nesta quarta-feira com entidades organizadas de moradia popular. Em todos os casos, a impressão de quem assiste é de amplo apoio a Dilma sob o teto palaciano, uma clara dissintonia com a realidade - conforme mostrou a recente pesquisa Ibope, 82% desaprovam Dilma
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