A renúncia de Marco Patuano do posto de executivo-chefe na Telecom Itália, dona da TIM Brasil, intensificou as discussões sobre a consolidação no mercado nacional de telecomunicações. A saída de Patuano pode aumentar a influência do maior acionista do grupo italiano, a Vivendi, que já teria sinalizado a vontade de sair do Brasil.
O processo de distanciamento entre Patuano e o grupo Vivendi aconteceu gradualmente e o motivo não seria a unidade brasileira, relataram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, fontes no Brasil e na Europa. Enquanto o executivo manteve a aposta em transformar a Telecom Itália em uma plataforma para acesso ao mundo digital, o grupo francês defende a migração acelerada da companhia para um modelo híbrido que oferece acesso e conteúdo digital.
Para uma das fontes, o presidente do conselho de administração da Telecom Itália, Giuseppe Recchi, deve assumir o posto durante o processo de transição e, em até dois meses, um novo executivo-chefe será nomeado. A fonte lembrou ainda que há uma assembleia da companhia marcada para o final de maio. No Brasil, não há perspectiva de mudanças no controle da TIM, disse uma pessoa ligada à operação brasileira.
"Talvez uma pessoa de fora (da empresa) possa ser melhor para tomar as decisões difíceis necessárias a respeito de vender (a unidade no) Brasil e cortar custos mais rápido", disse o banco Credit Suisse em relatório.
A saída de Patuano reacendeu as expectativas de movimento de venda da TIM no Brasil. Mas a Oi, operadora altamente endividada, apontada como possível empresa nesse processo de consolidação com a TIM, não teria caixa para participar desse movimento, segundo fontes ouvidas pela reportagem. Nesta segunda-feira, as ações ordinárias (com direito a voto) da TIM fecharam em alta de 4,08%. Já os papéis ordinários da Oi caíram 3,39%.
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